CLAUDIA ASSEF
da Reportagem Local
No ano 2000, os universitários
brasileiros vão usar laptops. Por meio desses computadores portáteis, os
alunos poderão fazer e apresentar seus trabalhos, ter acesso a notas, fazer
suas matrículas e entrar nos sites pessoais de seus professores para tirar dúvidas.
Se você acha que essa é mais uma previsão fracassada sobre o ano 2000, você
certamente nunca fez uma visita às seguintes faculdades: Ibmec, Fundação Getúlio
Vargas e as novatas Trevisan e Sumaré, todas em São Paulo.
Nessas instituições privadas, onde as mensalidades podem passar de R$ 1.000, o
futuro já chegou.
Munidos de laptops, ou computadores portáteis, muitos de seus alunos já
aposentaram caneta e caderno.
"Ter um laptop é fundamental para quem não quiser ficar para trás na
nossa escola", diz a diretora da Ibmec Business School, Elizabeth Guedes.
Para facilitar a compra do equipamento, a faculdade fechou um acordo de leasing
com fornecedores. No fim das contas, o aluno paga R$ 120 por mês pelo laptop,
mais a mensalidade da faculdade, que é R$ 1.070 para os cursos de graduação.
"A tecnologia tem de ser vista como parte do cotidiano do aluno. Porque é
isso que ele vai encontrar depois de formado, no ambiente de trabalho",
avalia Elizabeth.
Na Fundação Getúlio Vargas, a preocupação com novas tecnologias consome
investimentos de cerca de R$ 1,5 milhão ao ano. "Vamos incentivar os
alunos a criar suas home pages pessoais este ano", adianta Moacyr
Fioravante, superintendente de tecnologia de informação da FGV.
A partir de seus sites na Internet, os alunos poderão apresentar trabalhos e lições
de casa.
A faculdade está desenvolvendo também uma sala inteligente, de onde o
professor poderá monitorar som, iluminação, projetores de videoconferência e
lousas eletrônicas _monitores ligados à Internet projetados em telas_ sem sair
do lugar. A mensalidade na GV custa, em média, R$ 950.
A faculdade Trevisan, que funciona desde julho do ano passado no Morumbi, exige
que todos os alunos tenham um laptop próprio para frequentar as aulas.
Para comprar o equipamento, o estudante paga R$ 200 por mês, durante dois anos.
"O aluno recebe seu e-mail no primeiro dia de aula, o que agiliza muito a
comunicação com a faculdade", diz o dono da instituição, Antoninho
Marmo Trevisan. "Quem estuda aqui não vai se assustar com a tecnologia que
já impera nas empresas", acredita Trevisan. Para estudar lá, entretanto,
o aluno tem de arcar com a mensalidade de R$ 850.
A faculdade Sumaré, que começa a funcionar este ano, cobrando mensalidade de
R$ 480, também está preocupada em ter equipamentos de ponta para agilizar o
ensino. "Vamos ter um computador por aluno, todos com Internet e ligados em
rede", promete Eliseu Lourenço Pereira, diretor-superintendente da
faculdade.