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Extraído do jornal Folha de São Paulo [FolhaTeen] de 17.01.2000

Alguns alunos já podem aposentar as canetas

CLAUDIA ASSEF
da Reportagem Local

No ano 2000, os universitários brasileiros vão usar laptops. Por meio desses computadores portáteis, os alunos poderão fazer e apresentar seus trabalhos, ter acesso a notas, fazer suas matrículas e entrar nos sites pessoais de seus professores para tirar dúvidas.
Se você acha que essa é mais uma previsão fracassada sobre o ano 2000, você certamente nunca fez uma visita às seguintes faculdades: Ibmec, Fundação Getúlio Vargas e as novatas Trevisan e Sumaré, todas em São Paulo.
Nessas instituições privadas, onde as mensalidades podem passar de R$ 1.000, o futuro já chegou.
Munidos de laptops, ou computadores portáteis, muitos de seus alunos já aposentaram caneta e caderno.
"Ter um laptop é fundamental para quem não quiser ficar para trás na nossa escola", diz a diretora da Ibmec Business School, Elizabeth Guedes.
Para facilitar a compra do equipamento, a faculdade fechou um acordo de leasing com fornecedores. No fim das contas, o aluno paga R$ 120 por mês pelo laptop, mais a mensalidade da faculdade, que é R$ 1.070 para os cursos de graduação.
"A tecnologia tem de ser vista como parte do cotidiano do aluno. Porque é isso que ele vai encontrar depois de formado, no ambiente de trabalho", avalia Elizabeth.
Na Fundação Getúlio Vargas, a preocupação com novas tecnologias consome investimentos de cerca de R$ 1,5 milhão ao ano. "Vamos incentivar os alunos a criar suas home pages pessoais este ano", adianta Moacyr Fioravante, superintendente de tecnologia de informação da FGV.
A partir de seus sites na Internet, os alunos poderão apresentar trabalhos e lições de casa.
A faculdade está desenvolvendo também uma sala inteligente, de onde o professor poderá monitorar som, iluminação, projetores de videoconferência e lousas eletrônicas _monitores ligados à Internet projetados em telas_ sem sair do lugar. A mensalidade na GV custa, em média, R$ 950.
A faculdade Trevisan, que funciona desde julho do ano passado no Morumbi, exige que todos os alunos tenham um laptop próprio para frequentar as aulas.
Para comprar o equipamento, o estudante paga R$ 200 por mês, durante dois anos.
"O aluno recebe seu e-mail no primeiro dia de aula, o que agiliza muito a comunicação com a faculdade", diz o dono da instituição, Antoninho Marmo Trevisan. "Quem estuda aqui não vai se assustar com a tecnologia que já impera nas empresas", acredita Trevisan. Para estudar lá, entretanto, o aluno tem de arcar com a mensalidade de R$ 850.
A faculdade Sumaré, que começa a funcionar este ano, cobrando mensalidade de R$ 480, também está preocupada em ter equipamentos de ponta para agilizar o ensino. "Vamos ter um computador por aluno, todos com Internet e ligados em rede", promete Eliseu Lourenço Pereira, diretor-superintendente da faculdade.