A Conclusão

Como é possível constatar, a questão do uso de tecnologias digitais na Educação Infantil ainda provoca polêmicas. Ainda não está decidido se elas são vilãs ou aliadas da escola, há prós e contras. Entretanto as tecnologias digitais estão na vida das crianças fora da escola, inclusive com excessos de utilização que geram preocupação e exigem a atenção dos pais ou responsáveis.

Da mesma forma que antes, ainda temos, nas escolas, os tecnófilos ou "tecno-deslumbrados" que acreditam que a solução para os problemas da qualidade da educação passa pela adoção de tecnologias digitais. Para eles, esses recursos são indispensáveis.  Mas também ali na escola encontramos os céticos, os tecnófobos ou "tecno-descrentes".  Além deles, também estão na escola - e não sem razão, os "São Tomé", querendo ver para crer.

E, claro, persistem - e persistirão - aqueles que fingem que nada têm a ver com essa questão de tecnologias na escola. Para eles, a sua antiga aula é o que importa, é o que basta para formar as novas gerações, crianças e até mesmo adolescentes nascidos no século XXI.

As tecnologias digitais chegaram às escolas, ainda que muito pouco ou nada efetivamente utilizadas para a aprendizagem. Na maioria delas, são máquinas para uso pelos professores.são suporte para o ensino e não recurso para a aprendizagem.

Os que optarem por sua utilização, inclusive na Educação Infantil, na perpspectiva da aprendizagem deverão fazer com que haja um claro sentido pedagógico, uma intencionalidade educativa nas práticas que definirem; não há razão em trazer as tecnologias para escola apenas porque elas estão na vida das pessoas ou porque reconhecidamente provocam enorme encantamento. Muito menos apenas para mostrar que a escola alacançou uma espécie de modernidade tecnológica.

Por outro lado, com notebookssmartphones e tablets disponíveis para serem usados na educação, surge um novo desafio para uma outra escola: a licenciatura. As licenciaturas precisam incorporar tais tecnologias e fazê-lo buscando maior efetividade. A matriz dos professores, ou seja, a licenciatura, precisa formá-los utilizando as tecnologias digitais e formá-los para que as utilizem com seus futuros alunos.

Cabe à escola que forma professores no século XXI trazer as tecnologias digitais de informação e comunicação como recursos na construção do conhecimento por parte de seus estudantes. As licenciaturas estão desfiadas a fazer com que seus alunos possam construir competências e habilidades para usarem essas tecnologias com seus alunos quando futuramente estiverem exercendo a função para a qual se prepararam. 

Há de se observar que, conforme afirma Carlos Seabra, a única forma destes dispositivos não serem usados para distrair os alunos da aula é com "propostas e estratégias pedagógicas para sua utilização".

Os desafios estão postos. Mas, como disse Maquiável, "onde há uma vontade forte, não pode haver grandes dificuldades".

 

 

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