Em 1983, foi
criado o Projeto EDUCOM que "caracterizava-se como um experimento de natureza
intersetorial de caráter essencialmente educacional, onde cada entidade pública federal
participa custeando parte dos recursos estimados e também sua execução e avaliação"
(Cosenza et alii, 1985). As universidades brasileiras foram informadas pelo Comunicado
SEI/SS no. 15/83 que seriam recebidas propostas para a criação de Centros-Piloto em
Informática na Educação e que deveriam trabalhar integradas com escolas
preferencialmente de 2° grau.
Os objetivos específicos do Projeto EDUCOM eram:
- implantar um núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Informática na Educação, com a
finalidade de auxiliar na promoção de pesquisa científica e tecnológica e de
estabelecer diretrizes operacionais para a implantação dos centros-piloto;
- promover a implantação de centros-piloto em instituições de reconhecida capacidade
científica e tecnológica nas áreas de Informática e Educação;
- capacitar os recursos humanos envolvidos na implantação e implementação do Projeto
EDUCOM, com a finalidade de atender às necessidades do setor de Informática na
Educação, suprindo-os das competências técnico-científicas necessárias para o
exercício de sua atividade profissional;
- acompanhar e avaliar as experiências desenvolvidas pelos centros-piloto participantes
do experimento;
- disseminar os resultados produzidos pelos centros-piloto.
Das 26 instituições de ensino superior que encaminharam propostas, cinco foram
selecionadas por atenderem aos critérios de análise desta Comissão: UFRJ, UFPE,
UNICAMP, UFMG e UFRGS.
No ano seguinte, foi criado o Centro de Informática Educativa - CENIFOR, ligado ao MEC
que, com colaboração de equipes do CNPq e da FINEP, passou a coordenar as ações de
captação e repasse de recursos financeiros para os centros-piloto do projeto EDUCOM;
promover a integração das atividades desenvolvidas pelos centros; orientar, acompanhar,
controlar e avaliar a execução do Projeto pelos centros e fornecer subsídios a
quaisquer órgãos do sistema educacional brasileiro e a entidades afins (Cosenza et alii,
1985).
Em 1985, os centros-piloto foram implementados cada qual com a especificidade de seu
projeto e um ano depois, o MEC criou o Comitê Assessor de Informática na Educação de
1° de 2° graus - CAIE/MEC que visava auxiliar na definição de políticas para o setor.
Entre estas definições, houve a recomendação da criação do Projeto FORMAR - Projeto
Nacional de Formação de Recursos Humanos em Informática na Educação, que foi
implementado em 1987, com o 1° Curso de Informática na Educação ministrado pelo
centro-piloto do Projeto EDUCOM na UNICAMP.
A finalidade do projeto FORMAR foi "proporcionar uma formação inicial a
professores de 1° e 2° graus das redes municipais e estaduais de
educação, que deverão dar continuidade no desenvolvimento de experiências nos estados
de origem" (Santos, 1989, p. 104). Para tanto foram criados Centros de
Informática na Educação - CIEDs em cada estado. Centros de desenvolvimento de
atividades de renovação pedagógica e difusão de experiências com a tecnologia do
computador ligados à Secretarias Estaduais de Educação.
Em 1986, o MEC elaborou o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação - PAI
sob recomendação do CAIE/MEC. Este programa tinha como objetivos: apoiar o
desenvolvimento e a utilização da informática na educação formal ou não formal de
1° e 2° graus e estimular e disseminar aplicações da Informática na Educação junto
aos sistemas estaduais e municipais de ensino.
Em 1988, foi elaborada a versão preliminar do Programa Nacional de Informática Educativa
- PRONINFE para o período 1988-1991 que passou a vigorar em outubro de 1989 quando pela
Portaria Ministerial / GM no. 549 o MEC instituiu o PRONINFE. Órgão que contava com uma
Comissão Central de Coordenação designada pelo Secretário Geral do MEC e com Núcleos
executivos localizados no MEC e no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais
- INEP e tinha como objetivos:
- a capacitação contínua e permanente de professores dos três níveis de ensino e da
educação especial, para o domínio da tecnologia de informática educativa para a
condução do ensino e da pesquisa nesta área;
- a utilização da informática na prática educativa e nos planos curriculares;
- a integração, consolidação e ampliação de pesquisas;
- a socialização dos conhecimentos e experiências desenvolvidas em informática
educativa.
Em 1990, ocorre a inclusão do PRONINFE no II Plano Nacional de Informática e
Automação-II PLANIN. Em 1991, se dá a aprovação do I Plano de Ação Integrada e no
ano seguinte cria-se a rubrica orçamentária específica no orçamento da União para
atividades do setor de Informática na Educação. Finalmente, em 1997, é criada a
Secretaria de Educação a Distância, SEED, no MEC e, atualmente, já vemos o PROINFO
formando comunidades de aprendizagem virtuais. |